Os vereadores Jean Ricardo (PSB) e Sérgio Jacaré (MDB), acompanhados do pré-candidato a deputado federal Luizinho Campos (PSB) e o empresário Serginho Lima participaram da filiação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do senador catarinense Dário Berger, nesta quarta-feira (23), em um grande ato realizado na sede da Fundação João Mangabeira (FJM), em Brasília. 

Mais de 400 pessoas participaram do evento. A comitiva de Garopaba percorreu 1.740 km de carro até a capital federal. O encontro marca mais um passo fundamental na luta pela democracia. Alckmin deve ser o candidato a vice de Lula (PT) na disputa à presidência.

O evento marcou também o ingresso nas fileiras socialistas de dezenas de lideranças políticas e sociais Brasil afora. 

Da comitiva garopabense, o vereador Jacaré e o empresário Sérgio Lima, atualmente MDB, foram convidados por Berger para abraçarem o projeto. O convite está sendo analisado, mas independente disso, afirmaram, “ambos estarão apoiando o senador como pré-candidato ao governo de Santa Catarina pelo PSB”. 

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), também marcou presença no evento, definindo a decisão do ex-governador Alckmin de ingressar no PSB com a palavra “largueza” e lembrou de uma frase proferida pelo seu pai, o ex-presidente do PSB, Eduardo Campos, que dizia que “a vida não deve ser medida pelo comprimento, mas sim pela largura”.

Já o senador Dário Berger, durante o discurso, afirmou ser uma honra e um orgulho ingressar nas fileiras do PSB. Ele foi prefeito de São José, entre 1996 e 2004, e de Florianópolis, entre 2005 até 2013. 

“Nossa vida é feita de momentos de calmaria e de muita agitação. E há momentos em que nós somos chamados a assumir novos desafios, numa nova realidade. E eu sou movido a desafios. Ofereço uma vida pública de 28 anos, com seis eleições e seis vitórias consecutivas, o que me enche de alegria e de profunda emoção num momento como esse, de renovação, de encontrar novos parceiras, novas ideias, novos propósitos porque sou um democrata, que defendo a liberdade, a democracia, a justiça social, coisas que o PSB também sempre defendeu”, definiu Berger.

A comitiva garopabense ainda participou de agenda no Congresso Nacional com objetivo buscar recursos para a Saúde do município. 
Na última semana, atendendo ao pedido do líder do PSB na Câmara de Garopaba, Jean Ricardo, o senador Berger (PSB) e Juliano Campos (PSB) anunciaram mais R$ 250 mil em emenda para Garopaba, e no ano passado já havia enviado R$ 200 mil utilizados na reforma do prédio que sediará o CRAS e Correios, no bairro Campo D'una.

Alckmin destaca grave momento do país

Já filiado, Alckmin disse já se sentir em casa no PSB e recordou quando teve Márcio França (PSB) como vice no governo de São Paulo, que o sucedeu no mandato. Lembrou de quando foi eleito vereador pela primeira vez, há quase 50 anos, “para redemocratizar o Brasil” que vivia os anos de chumbo da ditadura militar.

Hoje, afirma, o país vive novamente um “desses graves momentos da vida nacional”, com a violência e a fome. 

Aos que criticaram o ingresso no partido e apoio a Lula, Alckmin lembrou a disputa presidencial com o ex-presidente Lula, em 2006, marcada pelo próprio processo democrático.

“Alguns podem estranhar. Disputei as eleições com o presidente Lula, em 2006. Fomos ao segundo turno, mas nunca colocamos em risco a questão democrática. O debate era de outro nível. Nunca se questionou a democracia, que é um valor, um princípio de respeito às pessoas. E, a primeira tarefa nossa é combater a mentira porque é o que há de pior para o regime democrático”.

Sem citar nomes, mas se referindo a Bolsonaro, o ex-governador afirmou que “aqueles que criticam, que desconfiam, que agem de maneira displicente em relação ao resultado das eleições estão, na realidade, ofendendo a democracia”, assim como os “líderes que ameaçam o Parlamento e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Alckmin também parabenizou a decisão do PSB em apoiar Lula para a presidência

“Não tenho dúvida que o presidente Lula, se deus quiser, eleito, vai reinserir o Brasil no cenário mundial. Vai alargar o horizonte do desenvolvimento econômico e vai diminuir essa triste diferença social que nós temos no país. O Brasil precisa ser bom não só para alguns, mas para todos. Trazer prosperidade e qualidade de vida para todos”, disse. “Ele representa a própria democracia porque ele é fruto da democracia.”

E encerrou com uma fala de Mario Covas, ex-governador de São Paulo.

“Apoiar não significa deixar de emitir discordância. Igualmente, é preciso não confundir discordância com ultimato nem lealdade com subserviência. Lealdade é um valor praticado entre companheiros. Mas há uma forma de lealdade que se sobrepõe a todas: a lealdade ao destino do país. É essa lealdade que nos une”, finalizou.