Em meio ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o aumento em 50% das tarifas aplicadas a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto de 2025, o presidente do Sebrae, Décio Lima, ressaltou o papel estratégico das micro e pequenas empresas como agentes de resiliência e reação econômica.

Segundo ele, os pequenos negócios brasileiros, especialmente os de Santa Catarina, devem liderar a resposta às novas barreiras impostas pelo governo norte-americano.

“Os pequenos negócios catarinenses, como de todo o Brasil, são resilientes e são os primeiros a responder positivamente”, afirmou Lima.

Para o presidente do Sebrae, a medida representa um desafio, mas também uma oportunidade de reafirmar a força econômica do país e sua capacidade de diversificação comercial.

“O Brasil e Santa Catarina são muito maiores do que um agravante de fronteiras. A pequena economia catarinense vem demonstrando isso. Vamos firmes, enfrentar as adversidades. Este é um momento importante da nossa soberania”, declarou.

“Somos um país de patriotas, que defende o seu povo e a sua história. Precisamos acreditar em nós mesmos, na economia de Santa Catarina e na nossa capacidade de gerar mudanças”, completou.

Oportunidade para novos mercados

Um dos setores mais afetados pelo tarifaço deve ser o do pescado, tradicionalmente exportado aos Estados Unidos. Para Lima, essa é a chance de ampliar o alcance internacional e buscar novos parceiros comerciais.

“Precisamos aproveitar este momento para expandir as possibilidades, como o mercado europeu, por exemplo. Temos que ser otimistas e ter consciência da grandeza do nosso país.”

Empreendedorismo em alta

Décio Lima também destacou o papel dos pequenos negócios na geração de empregos e no desenvolvimento regional. No primeiro semestre de 2025, os pequenos negócios catarinenses foram responsáveis por cerca de 60% dos empregos gerados no estado. Ao todo, já foram abertas 151.714 novas empresas em Santa Catarina e 2,6 milhões em todo o país, entre micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais (MEIs).

“Os pequenos negócios catarinenses se destacam e tornaram nosso estado uma referência no empreendedorismo”, frisou.

Crescimento na exportação

Dados do Sebrae mostram que os pequenos negócios representam hoje 40,5% das empresas exportadoras brasileiras, com 11.432 empresas atuando no comércio internacional. As Américas continuam sendo o principal destino:

• 28% das exportações vão para a América do Sul

• 24% para a América do Norte

• 7% para a América Central e Caribe

O número de pequenos negócios exportadores cresceu 112% entre 2014 e 2024, saltando de 5,4 mil para 11,4 mil empresas. O valor exportado também teve alta expressiva de 130%, passando de US$ 1,15 bilhão para US$ 2,6 bilhões no período.

“O acesso dos pequenos negócios ao mercado internacional aumentou significativamente nos últimos anos, e precisamos continuar abrindo caminhos, mesmo em cenários adversos”, concluiu Décio Lima.