O final da Sessão da Câmara de Vereadores realizada na última quinta-feira (15), que elegeria a nova Mesa Diretora da Casa para o próximo ano, terminou em confusão e com a sessão suspensa pelo presidente Elísio Sgrott (PP) revoltando vereadores e ao público presente. 

Elísio Sgrott, que é candidato à reeleição pela Chapa 2, alegou que a outra candidatura, encabeçada pelo candidato Leonir de Sousa (Podemos) e os vereadores Bruno Pacheco (vice), Valdir Rodrigues (1º secretário) e Thiago Rosa (2º secretário), no momento da inscrição, não respeitou ao princípio da proporcionalidade partidária, que dá oportunidade a todos os edis, através de convite, a também comporem a chapa, o que os candidatos da Chapa 1 negam.

Segundo o princípio da proporcionalidade, todos os partidos com representatividade na Câmara de Vereadores devem ser convidados para compor a Chapa. No caso da Chapa 1, composta por vereadores do Podemos, do PSB e do PSD, que aceitaram o convite, faltavam apenas os vereadores do PL, do PSDB e do MDB, representados pelos vereadores Beto do Zé Neide, Michell Nunes, Matheus Pereira e Deivid Aquino, o que foi oficialmente feito na Sessão Plenária do dia 6 de dezembro, pelo vereador Leno em suas explicações pessoais, ao final da Sessão e registrado na Ata da 42° Sessão Ordinária aprovada por unanimidade na 43°Sessão e assinada pelo presidente Elísio e demais membros da Mesa. 

O presidente Elísio alegou que o assunto por se tratar de uma questão jurídica, teria que ser analisado com mais calma e solicitou um parecer jurídico à advogada, assessora da Casa. Em seguida, determinou que a sessão fosse suspensa e retomada na segunda-feira, dia 19, às 19h30, saindo do plenário sob vaias e a gritos de “não sabe perder” e “a ditadura já terminou”. 

O Ato da Presidência nº 50/2022, que regulamenta o processo eleitoral foi publicado no dia 1º de dezembro e de acordo com o documento, os vereadores tinham até o dia 13 do corrente mês para registrarem suas candidaturas. 
A Chapa 1 efetivou sua inscrição no dia 12, um dia antes do final do prazo e a outra chapa horas depois deste mesmo dia. 

ANTIDEMOCRÁTICO 

O vereador Renato Ladiada (PSB) que faz parte, como primeiro secretário da atual Mesa Diretora, disse que a justificativa do vereador Elísio não tem fundamento uma vez que foram seguidas todas as orientações especificadas no Ato da Presidência e de acordo com o Regimento Interno da Câmara e com a Lei Orgânica Municipal.

“O que está acontecendo é apenas uma manobra para tumultuar um processo transparente e democrático, uma vez que o candidato à reeleição e sua chapa estão em minoria. Eles querem encontrar uma desculpa qualquer para impugnar a nossa candidatura. Viram que estavam perdidos e estão tentando se agarrar a qualquer desculpa jurídica para se manterem no comando do Legislativo”, assevera. 

“O presidente teve ciência da nossa inscrição no dia 12 e resolveu questioná-la minutos antes da eleição? Se isso não é manobra, não sei o que é”, complementa o vereador do PSB. 

Ladiada foi um dos vereadores em plenário mais revoltados com a decisão, segundo ele, arbitrária e antidemocrática, e ainda tentou, após a suspensão da sessão, registrar a sua indignação e dos demais candidatos da Chapa 1 uma vez que todo o episódio estava sendo gravado e iria fazer parte da Ata. 

Nesse momento o vereador Elísio retornou ao plenário e ordenou que o servidor que estava gravando desligasse o som o que provocou ainda mais indignação às pessoas presentes e um bate-boca sem fim.