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POLÍCIA

CRIME HEDIONDO: Envolvidos na morte de Amanda Albach vão a júri popular

Ela foi obrigada a cavar a própria cova e foi morta em seguida em praia de Imbituba.

Imbituba - SC, 29/03/2023 12h40 | Atualizada em 29/03/2023 12h52 | Por: Holmes Brasil Jr. - Redação

A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em matéria sob a relatoria do desembargador Ernani Guetten de Almeida, confirmou, nesta terça-feira, 28, que dois irmãos e uma ‘amiga’ da vítima, Amanda Albach, serão julgados, pelos crimes de homicídio qualificado, cárcere privado, tortura e ocultação de cadáver, no Tribunal do Júri. 

A vítima, uma jovem paranaense, veio para Santa Catarina para comemorar o aniversário da suposta ‘amiga’, mas foi obrigada a cavar a própria cova e foi morta com dois tiros na praia de Itapirubá, entre Laguna e Imbituba.

 

Segundo a denúncia do Ministério Público (MPSC), em novembro de 2021, a jovem saiu de uma pequena cidade do Paraná para comemorar o aniversário de uma ‘amiga’ de infância que, na época, residia em município no Sul catarinense. 

A vítima chegou na casa dos agressores e, no dia seguinte, todos foram para uma festa em um beach club de Florianópolis. A ‘amiga’ namorava um dos homens acusados, que levou o irmão para o evento. A partir daí, são várias as versões dos acusados.

 

A investigação apurou que a jovem paranaense foi assassinada porque supostamente pertenceria a uma facção contrária à dos acusados. Tanto que teria mostrado a foto de um fuzil em seu celular, segundo um dos depoimentos da ‘amiga’. Por conta disso, ainda de acordo com a denúncia do MP, os agressores acreditaram que a vítima planejou uma emboscada na festa. Isso porque no beach club os acusados teriam sido provocados por diversas outras pessoas. Os acusados confessaram que fizeram uso de drogas: “bala e MD”.

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Após a festa, todos retornaram para o Sul do Estado e a vítima foi mantida em cárcere privado e foi torturada. Antes de cavar a própria cova em uma praia, ela foi obrigada a enviar uma mensagem para a família. 

 

Os acusados foram pronunciados pelo magistrado de origem. Inconformados, os três recorreram ao TJSC. 

O recurso da ‘amiga’ não foi conhecido, porque estava fora do prazo. Os irmãos pleitearam a nulidade dos interrogatórios, a nulidade dos elementos extraídos dos aparelhos telefônicos dos seus parentes e a nulidade da pronúncia pela ausência de acesso à íntegra do conteúdo dos autos.

“Ao serem ouvidos, (nomes dos acusados) apresentaram versões contraditórias e incoerentes. A propósito, os elementos investigativos deram conta de que no dia 15 de novembro de 2021, o aparelho telefônico de propriedade de (nome da vítima) ainda encontrava-se na residência de (nome da ‘amiga’ e do namorado), conforme registros das ERB’s e extrato da geolocalização fornecido pelo Facebook, o qual constou que, por volta das 15h30min daquele dia, (nome da vítima) ainda estava no endereço. (…) Em razão disso, havendo provas da materialidade e indícios de autoria e do animus necandi, não há falar na impronúncia neste momento”, anotou o relator em seu voto. A decisão foi unânime (5000514-26.2023.8.24.0030).

 

MAIS DETALHES DO CRIME

Amanda foi morta por tirar foto de arma de traficante e foi obrigada a cavar própria cova, confessa suspeito

A Polícia Civil revelou, no início do mês de dezembro de 2021, menos de um mês após o homicídio, detalhes sobre a morte de Amanda. O corpo da jovem foi encontrado enterrado entre as praias do Sol e Itapirubá, no limite dos municípios de Laguna e Imbituba. Três pessoas, uma delas amiga da vítima, foram presas em Canoas, no Rio Grande do Sul, também no início de dezembro daquele ano.

Segundo o delegado Bruno Fernandes, responsável pela investigação, um dos suspeitos disse que o crime ocorreu momentos após a jovem fazer contato com a família, em 15 de novembro. Ele teria obrigado a jovem a fazer a própria cova antes de disparar duas vezes contra a vítima, que deixou uma filha de 2 anos.

 

INVESTIGAÇÕES

A denúncia do desaparecimento chegou à polícia catarinense no dia 19 de novembro de 2021, quando foram iniciadas as diligências.

Os policiais buscaram informações sobre a vida social da jovem e confirmaram que ela esteve em uma festa no dia 14 do mesmo mês, em Florianópolis. Depois disso, retornou com o trio preso à casa onde estavam, na divisa entre Imbituba e Laguna.

Ao colher depoimento das últimas pessoas que estiveram com a vítima antes do desaparecimento, a polícia encontrou "incongruência em falas", o que despertou a suspeita do envolvimento do grupo.

"Hoje, com a colaboração dos presos, [eles] contaram o que teria acontecido, e o último investigado foi essencial. Acabamos encontrando [o corpo] em Itapirubá", revela o delegado.

Enquanto era ouvido pela polícia, já em Santa Catarina, o investigado ainda relatou que levou a vítima até o local onde o corpo foi encontrado enterrado. Também disse que efetuou dois disparos de arma de fogo contra ela.

Conforme o delegado, a vítima havia encaminhado um áudio para familiares avisando que retornaria na terça-feira (16 de novembro de 2021), por meio de um transporte de aplicativo. A família, conforme o delegado, suspeitou que a voz dela estava estranha e que havia vento no plano de fundo do áudio.

"Fizeram essa cova e segundo ele, o próprio áudio que ela encaminhou para a família, ela já estava com ele neste local", conta.

À polícia, o mesmo suspeito relatou que coagiu a jovem a abrir a própria cova. Em seguida, disparou dois tiros e escondeu o corpo, disse o delegado.

 

Relação de Amanda com suspeitos

Uma das pessoas presas era amiga de Amanda, segundo a polícia, e havia morado em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná, até seus 19 anos, conforme o delegado.

"Foi esse vínculo que trouxe ela [a vítima] até essa casa em Santa Catarina. Ela veio para comemorar o aniversário dessa pessoa", relata.
 

Desaparecimento

Amanda estava desaparecida desde o dia 15 de novembro, após passar o feriado no Litoral catarinense, quando fez o último contato através de áudio com a família.

Nas redes sociais de Amanda foi publicada no dia 13 de novembro uma foto na Praia do Canto, em Imbituba, no Sul catarinense. Dois dias depois ela seria executada, pouco depois de mandar o último áudio à família. 

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