O réu teve negado o direito de recorrer em liberdade, além da perda do cargo de tabelião.
Fotos: Portal AHora / Redes Sociais O oficial de cartório Paulo Odilon Xisto Filho foi condenado a 12 anos de prisão pelo homicídio qualificado da namorada, a modelo gaúcha Isadora Viana Costa, de 22 anos.
O julgamento, realizado no Fórum de Imbituba, começou na quarta-feira (3) e terminou na madrugada desta sexta-feira (5). O réu não poderá recorrer em liberdade e já foi encaminhado ao sistema prisional para cumprimento da pena.
O crime ocorreu em 8 de maio de 2018, no apartamento do então tabelião, no Centro de Imbituba. Segundo o Ministério Público, Xisto Filho imobilizou a vítima e a agrediu violentamente, causando um trauma abdominal que resultou na ruptura da veia cava, lesão considerada fatal.
Além da condenação por feminicídio, o réu também perdeu o cargo público.
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O casal havia se conhecido em março de 2018, em Santa Maria (RS), cidade natal de Isadora. Pouco mais de um mês depois, a jovem viajou para passar alguns dias com o namorado em Imbituba.
Na manhã do dia 8 de maio, após uma noite de consumo de álcool e drogas, Isadora ligou para a irmã do réu pedindo ajuda, relatando que o companheiro passava mal. A atitude teria irritado Xisto Filho, pois exporia à família seu uso excessivo de drogas.
Momentos depois, a jovem foi violentamente agredida. Apesar da gravidade do quadro, o réu demorou a acionar socorro, preferindo telefonar antes para um amigo médico. Quando os bombeiros chegaram, Isadora já estava inconsciente e não resistiu. O próprio hospital acionou a Polícia Civil após constatar inconsistências na versão apresentada pelo acusado.
As provas foram apresentadas pela Promotora de Justiça Patrícia Zanotto e pelo Promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin, do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI). O MP sustentou que o crime foi motivado pela revelação de Isadora à família do acusado sobre seus hábitos de consumo de drogas e álcool.
Amigas da vítima relataram ao júri episódios em que Isadora demonstrava medo diante do comportamento do namorado. Delegados que atuaram nas investigações também foram ouvidos.
Durante o julgamento, a irmã gêmea da vítima, Mariana Viana Costa, emocionou-se ao lembrar da perda:
“A Isadora era a minha melhor amiga e eu nunca mais vou poder ter ela na minha vida. Isso que a gente lembra todos os dias. Uma dor que vai ficar para sempre.”

A assistência de acusação, que representou a família da vítima, destacou que o caso é um exemplo clássico de feminicídio:
“Uma morte violenta, num espaço privado, onde só os dois estavam. A Isadora é mais uma vítima do patriarcado, do machismo e da misoginia. Foram mais de sete anos de espera para este júri popular. A luta é pela Isadora, mas também contra a violência de gênero que continua vitimando mulheres.”
Já a defesa de Paulo Xisto, representada pelos advogados Aury Lopes Jr. e Ércio Quaresma, afirmou que a condenação desconsiderou provas técnicas que apontariam outra causa para a morte:
“Ficou demonstrado que a tese de chutes e socos foi uma ilação do perito. A realidade aponta para o oposto: a vítima faleceu em decorrência de uma overdose de cocaína, que teria causado lesões internas fatais.”
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