"Caracterizado pela indefinição ideológica, o Centrão se adapta conforme a conjuntura política e as negociações em curso. Essa capacidade de se ajustar lhe permite ser um ator influente, mas também gera críticas"
Nem de direita, nem de esquenta, talvez de centro, depende do ângulo do comando do poder político central. O Centrão, coalizão formada por uma variedade de partidos políticos, exerce sua influência, de forma dominante, sobre o Planalto.
Conhecido por sua adaptabilidade política, o Centrão se amolda de acordo com as conveniências políticas do momento. O preço é alto!
Com capacidade de se ajustar e se alinhar com diferentes governos, variando suas posições e prioridades conforme as circunstâncias políticas e as negociações em curso, o Centrão comporta-se como a Universal "Fala que eu te escuto"' e mais ainda, "colaboro, cedo, vamos lá, estamos juntos"!
Essa flexibilidade é uma das características marcantes desse grupo político - time - que não joga para perder.
Na Constituinte de 1987-1988, deputados representantes de grupos empresariais urbanos e ruralistas se uniram com objetivo de combater propostas progressistas como reforma agrária, monopólio das estatais na exploração de atividades econômicas de setores estratégicos da economia, direitos trabalhistas, questões indígenas, e tantas outras, na redação da nova Constituição.
Essa coalizão de interesses diversos acabou por ser apelidada de "Centrão" haja vista a sua posição política situada entre os polos tradicionais.
Caracterizado pela indefinição ideológica, o Centrão se adapta conforme a conjuntura política e as negociações em curso. Essa capacidade de se ajustar lhe permite ser um ator influente, mas também gera críticas. Sua influência, ao longo dos governos, vem sendo exercida de forma dominante sobre o Planalto.
Diferentes presidentes têm buscado acomodar o Centrão em suas coalizões, muitas vezes em troca de cargos e recursos que acabam gerando concessões políticas questionáveis, sempre resultando em acordos controversos.
Durante o governo Bolsonaro, o Centrão exerceu pressão explosiva, culminando no "orçamento secreto" - objeto estranho no portal de transparência de recursos públicos. Este episódio trouxe à tona questões de corrupção e colocou o governo em uma situação delicada. O presidente se viu forçado a transferir parte do poder de alocação de recursos para o Congresso, em uma manobra que gerou polêmica.
No atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva o filme se repete. A pança do grupo comandado por Lira nunca enche. Com menos de um ano de gestão, Lula já faz reforma ministerial para acomodar os homens e garantir a governabilidade.
Complexo e influente, cuja posição é ajustada a partir do ângulo do Planalto, sua natureza pragmática permite que ele desempenhe um papel significativo na política do Brasil, mas também levanta preocupações sobre a transparência e a ética nas negociações.
Como a política brasileira continua a evoluir, o Centrão permanece como um elemento que deve ser compreendido, talvez, e monitorado de perto.
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