"Bem distante de Jerusalém, gaúchos enfrentam devastação semelhante, causada não por guerras e abandonos, claro, mas pela fúria da natureza"
A jornada de servidão dos judeus na Babilônia por sete décadas culminou em um retorno a Jerusalém, cheio de expectativas, porém, doloroso. Muitos judeus já radicados na Babilônia não quiseram voltar, implicando na separação de muitas famílias.
Ao chegarem em Jerusalém, a cena que encontraram ali era desoladora - cidade em ruínas, muros destruídos e o majestoso Templo de Salomão reduzido a escombros. A tarefa de reconstruir não era apenas monumental, mas também desanimadora.
O profeta Ageu injeta ânimo, Deus canaliza os meios para reconstrução, mas no caminho havia uma pedra: os samaritanos, por questões políticas e religiosas, não queriam a reconstrução da cidade e nem do templo.
Tentados à suspenção das obras, Ageu profetiza: "A glória dessa segunda casa será maior que a da primeira"!
Mesmo sabendo das impossibilidades de reconstruirem um templo tão suntuoso quanto o de Salomão, lutaram até conseguir. A glória a que se referia o profeta não era estrutura física, mas a nova casa de Deus - templo espiritual não construído por mãos humanas.
Bem distante de Jerusalém, gaúchos enfrentam devastação semelhante, causada não por guerras e abandonos, claro, mas pela fúria da natureza - ciclone extratropical. As chuvas torrenciais fazem do nosso Rio Grande terra arrasada, porém, a bravura gaúcha demonstra resiliência inabalável tão forte quanto a ventania.
Como verdadeiros filhos dos Pampas, eles não se curvam diante da adversidade. Mesmo diante de uma paisagem caótica, a força para recomeçar é maior que a devastação. Fragmentos dispersos pelas cidades e campos são apanhados, juntados, verificados, aproveitados, recuperados até o limite do possível. O ciclone pode ter deixado destroços significativos, mas a determinação gaúcha é ainda maior.
É interessante notar que, diferentemente dos judeus que enfrentaram a oposição dos samaritanos motivada por questões religiosas durante a reconstrução de Jerusalém, os gaúchos contam com a solidariedade de todo o Brasil, incluindo a ajuda calorosa dos nordestinos.
A união de todas as regiões do país e o apoio do governo federal prometem trazer de volta o charme e a beleza dos pampas, restaurando o orgulho gaúcho e reafirmando o gosto pelo chimarrão.
É bonito de se ver que tanto judeus no seu tempo, quanto gaúchos na contemporaneidade, têm em comum a capacidade de se reerguer diante das adversidades mais desafiadoras.
Suas histórias destacam a resiliência humana e a força que emana da determinação coletiva, seja na reconstrução de uma cidade ou na restauração de um estado, esses grupos nos lembram que, em tempos de dificuldade, a união e a esperança podem superar até mesmo as maiores catástrofes.
A glória da segunda casa será maior que a da primeira.
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