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OPINIÃO: "ESTADO LAICO, IGREJA SANTA INDEPENDENTE E LIDERES RELIGIOSOS ALIENADOS" Parte 1 - Por Benedito Dias

"Com o advento da ideologia de gênero, o espertalhão do Bolsonaro descobriu a cereja do bolo no meio evangélico"

Aparecida de Goiânia - GO, 30/08/2023 14h17 | Atualizada em 30/09/2023 06h49 | Por: Benedito Dias

Desde o aparecimento do fenômeno Bolsonaro, a igreja escolheu o lado político para autenticar seu discurso. Até então, a Frente Parlamentar Evangélica tinha em pauta um posicionamento contrário a kit gay, união civil entre pessoas do mesmo sexo, descriminalização das drogas e do aborto.

Com o advento da ideologia de gênero, o espertalhão do Bolsonaro descobriu a cereja do bolo no meio evangélico. A partir disso a bancada evangélica se deixou levar por um discurso inadequado: “esquerda, diabo; direita, Deus”.  

Na sequência, o discurso “Deus, Pátria e Família” - slogan dos maiores ditadores e assassinos do planeta, virou moda .   Gente com histórico de corrupção virou honesto do dia para a noite; donos de ex-esposas tornaram-se defensores da família tradicional; divorciados por traição, de repente, maridinhos fiéis apaixonados.

O Brasil se encheu de “patriotas” vestidos de verde/amarelo, enroscados na bandeira brasileira, bradando absurdos jamais vistos desde Cabral.  A onda quase maligna se extremou ao ponto de transformar o cívico sete de setembro em dia de mobilização com intenção golpista criminosa.    

Quem estava no meio de tudo isso? Irmãos, pouco conhecedores de história e  política – evangélicos fiéis a Deus, assíduos às celebrações, trocaram as portas da igreja pelas portas dos quarteis.  Acampados e ajoelhados no meio da rua, oravam e gritavam “Deus, tem misericórdia do Brasil”! Faixas com a frase dos  criminosos Hitler e Benito Mussolini que mataram  milhares de inocentes sob o manto da religião, do patriotismo e da defesa da família tradicional, foram  estendidas Brasil afora.

Bolsonaro virou candidato da extrema direita e dos evangélicos. Deus, na boca deles, virou coordenador de campanha, a Bíblia foi vulgarizada, resgada, alterada, os cultos profanados e os textos bíblicos com a palavra “direita” foram compartilhados por milhares de pessoas em milhares de grupos nas Redes Sociais, como sendo ordem de Deus ao povo para tomada de um posicionamento político:  lado direito é santo, lado esquerdo é diabólico!  Contestar esses conteúdos era comprar briga e pedir para retirar-se da igreja em fila para não tumultuar.  

Bolsonaro é mito nacional e o crente presa fácil. Todo mundo gritando mito, mito, mito, mas mito, na cultura grega é coisa mista, se relaciona com histórias e figuras lendárias. É uma expressão que pode conter verdades e também elementos fictícios.

Na nossa cultura contemporânea “mito” se associa à ideia de uma pessoa idolatrada, acima do comum, mas também tem relação com a mentira, de modo que utilizá-la para referir-se a Bolsonaro, não me parece sensato.   O mito, de repente,  virou ungido, escolhido, protegido, divino, quase ou reverenciado em muitas celebrações por aí. 

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No augio, o Jordão se abre para o mergulho batismal que só o crente depois de um processo rigoroso de discipulado e convicção de arrependimento, consegue.  O batizador é preso sob acusação espúria e o batizado submete-se a um outro ato, dessa vez, consagratório, ministrado pelo bispo Macedo.  

O "batismo"  deve ter estrebuchado o corpo de João Batista no túmulo que, se vivo, seguramente repetiria a mensagem pregada há dois mil anos no deserto da Judeia:

“Raça de víboras, produzi pois frutos dignos de arrependimento”, e a unção,  ato de consagração,  motivado por interesses  questionáveis e em desacordo com os princípios da fé bíblica,  causou náuseas até em roedores.

Assustado, o segmento evangélico autêntico,  levanta discussões acerca das intenções por trás desse tipo de evento, suscitando reflexões sobre a relação entre política e religião.                            

"Crente, cristão, católico, tudo junto, Bolsonaro agora chora, ora, reza, toma Santa Ceia e tem acesso aos púlpitos dos mais suntuosos templos do Brasil.  O comando convencional e litúrgico se transfere  para o Planalto e é Bolsonaro quem estabelece jejum e oração à igreja. O povo obedece, porque o obedecer é melhor do que o sacrificar, 1º Samuel 15:22.

Durante quatro anos os  bolsonaristas esperaram pela intervenção militar no estado para perpetuação do mito no poder, e eu, ansioso,  esperei pela intervenção divina na igreja e já percebo a retomada dos cultos a Deus.

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