O desaparecimento de 1.489 cestas básicas no município de Garopaba, às vésperas das eleições de 2022, segue sendo sendo investigado. Além de um procedimento de investigação interna na Prefeitura iniciada logo após o sumiço, tramitam duas apurações no Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e uma Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada na Câmara de Vereadores em fevereiro deste ano, já em fase final.

A Comissão foi formada com o vereador Nilton Raupp como presidente, vereador Roberto Linhares (Dedéu) como vice-presidente, vereador Felippe de Souza, como relator, e vereadores Jean Ricardo Antunes e João Julião como membros. 

As suspeitas tiveram início há exatos um ano, em agosto de 2022, quando moradores cadastrados pela Secretaria de Assistência Social do município como beneficiários das cestas básicas passaram a relatar a falta delas, o que se seguiu até outubro daquele ano.

A CPI encerrou os trabalhos nesta terça-feira (08), com o depoimento do proprietário da empresa Elo fornecedora das cestas, na fase de tomada de depoimentos. 

O presidente da Comissão, vereador Nilton Raupp, na sequência, abriu o prazo regimental de 14 dias para que o relator apresente o Relatório Final que será apreciado em reunião ainda não agendada.

Durante a Sessão desta terça-feira, o membro da CPI, vereador Jean Ricardo, solicitou ao relator da CPI, vereador Felippe de Souza, para incluir no documento o encaminhamento do relatório também à Delegacia de Repressão a Corrupção da Polícia Federal, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Ministério Público Federal (MPF), justificando que foram utilizados recursos federais de combate à Covid-19 na aquisição das cestas desaparecidas.

Convidado com antecedência para prestar depoimento na sessão da CPI, o prefeito municipal, Junior de Abreu Bento não compareceu. Em vídeo na internet, o prefeito havia se oferecido para colaborar com a Comissão, porém justificou, no mesmo dia, 1º de agosto, que não poderia comparecer por compromissos assumidos na Secretaria de Estado da Saúde, em Florianópolis. No mesmo dia (01), a Comissão ouviu um testemunho sigiloso sobre o caso.